"Você é negra? Não, morena.
Você é negra? Não, mulata".
Você já reparou como a comunidade negra tem tentando abalar a sua própria ideia de afro descendência? A meu ver, esses «termos» (moreno, mulato) nada mais são que uma representação a um esforço de querer tornar-se branco. Todas essas «expressões», só expressam a desumanização que opõe «cor» e entendimento. Sem entendimento e sem o código de conduta que rege na sociedade, creio que o negro é reduzido a um sentido que, infelizmente, permanece aprisionado a um discurso em que separatismo e complexo racial são a base da nossa organização social. A produção racista e complexada é que dá o tom dos valores e comportamentos.
Como disse, Cris Oliveira e bem, no blogueiras negras:
"Nenhuma palavra é racista. O racismo está na cabeça das pessoas".
De entre todos os eufemismos desajeitados que já ouvi, o mais ofensivo foi chamarem-me de "amarela". Porque mulata não poderia ser, já que não tenho um dos pais branco. Morena também não, porque não tenho o cabelo liso ou com caracóis definidos. E negra idem, porque sou mais "clara" que os denominados "negros genuínos".
Mas para mim esses rótulos só servem para os ignorantes, numa tentativa de não aparentarem ser mais ignorantes do que já são. Ter o tom de pele mais claro não faz de si menos negro. Tudo indica que querem afastar-se de uma identidade negativa que representa o termo «negros». Então, vamos parar de nos sentirmos insultados por chamarem-nos NEGRO, parar de procurar segmentar a raça negra, não faz mais sentido essa ruptura.
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Foto: Yara Lopes - Negritude Pura
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Orgulhe-se em ser negro.
Isso é consciência de negritude.
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